Brasileiras presas na Alemanha relatam infecção por usar roupas coletivas em prisão
- Bruna Mundim
- 17 de jul. de 2023
- 2 min de leitura
Katyna Baía e Jeanne Paolini afirmam que tiveram de compartilhar até calcinhas com outras detentas.
23.abr.2023 às 19h50

RIO DE JANEIRO
As brasileiras Kátyna Baía, 44, e Jeanne Paolini, 40, relataram contrair uma infecção bacteriana na pele durante o período em que ficaram presas na Alemanha. Elas tiveram a identificação da mala trocada e ficaram 38 dias detidas em Frankfurt sob a acusação de levar 40 kg de cocaína na bagagem. Após a Justiça brasileira enviar a confirmação das trocas de etiquetas por uma quadrilha no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, a Alemanha libertou as brasileiras na última terça (11). Na sexta-feira (14), elas desembarcaram em Goiânia, onde se reencontraram com a família.
Após o retorno, elas passaram por uma consulta com uma dermatologista que constatou a doença —que teria sido contraída pelo uso coletivo de roupas e calcinhas dentro do presídio alemão.
"Voltamos com uma infecção bacteriana na pele que [...] se deu em função do uso coletivo de roupas e calcinhas (sim, era tudo de uso coletivo). Mais um problema daquela prisão arbitrária e injusta. Mas vamos superar", escreveu Kátyna em uma postagem nas redes sociais neste sábado (22).
A advogada delas, Luana Provásio, disse que pretende abrir uma ação por danos morais contra o Estado alemão.
A investigação da Polícia Federal brasileira constatou que as etiquetas com os nomes delas foram parar em malas que continham 40 quilos de cocaína, e que elas não sabiam sobre as drogas.
O casal passaria 20 dias viajando de férias pela Europa. Além da Alemanha, o roteiro incluía Bélgica e Holanda, em comemoração da conclusão da residência veterinária que Jeanne fazia na UnB (Universidade de Brasília).
Segundo elas, ao serem detidas no aeroporto, foram separadas e ficaram em salas diferentes, algemadas pelas mãos e pelos pés por cinco horas, com fome e com frio. Só souberam do que eram acusadas quando chegou um intérprete.
Além da prisão, Kátyna também não conseguiu acesso aos seus remédios de uso contínuo para dores crônicas e ansiedade que estavam na sua bagagem de mão. As duas permaneceram em celas separadas o tempo todo.
Na sexta-feira (21), Kátyna postou no Instagram um desenho que fez para mostrar a visão que tinha da janela de sua cela na prisão em Frankfurt. A ilustração mostra 11 guardas armados e fumando num pátio, além de uma espécie de torre de vigia e uma igreja com uma cruz em destaque.
Comments